A buzina estrondosa e o barulho de uma bruta batida, seguida de gritos por quem passava na rua tiraram toda minha atenção do violão e me fez ir à sacada que existe em meu quarto checar o que havia acontecido. Olhava para o estrago feito por aquela ambulância enquanto tragava meu cigarro e tentava descobrir quem estaria lá dentro. Será que se machucara? Foi uma pergunta rapidamente respondida, quando vi um paramédico ajudando uma garota negra que deve ser um pouco mais nova que eu a sair da ambulância amarrada a uma maca. Não se machucou, pura sorte. Estavam longe, mas eu sabia que conhecia aquela garota e, após alguns minutos a notícia que passara na TV respondera minha dúvida. Era a garota do manicômio que foi retirada da escola para ficar internada.
Neste exato momento o celular começou a tocar. Era Larissa, então logo atendi.
- Ei, Lari. Tudo bom?
- Tudo sim. Vamos fazer algo mais tarde?
Droga, eu realmente tinha que ir à escola com a minha mãe para ver se eu podia voltar a estudar lá? Aquela garota ainda mexia comigo, era difícil me controlar. Ainda mais com um convite para vê-la.
- Não posso, já fiz planos com minha mãe. Que tal amanhã?
- Ok, Donnie... Pode ser sim.
Dava para sentir a decepção na voz de Larissa, mas nada eu podia fazer. Então segundos depois nos despedimos e desliguei o celular.
Queria não me sentir culpada com esse sentimento, mas não é Larissa quem está comigo agora e sim Maria Clara. É nela quem devo pensar, e é ela quem devo ajudar amanhã na organização da festa que tocarei com minha banda no fim de semana. Ainda é segunda, mas esta festa tem de ser perfeita. Larissa vai. Droga.
5 de nov. de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
mete acido na galera que a festa fica boa ahudsahudsadsa :*
Postar um comentário