28 de out. de 2008

"A volta de Donna"

Acordo, abro os olhos. Uma grande dor de cabeça, tento ficar quieta por alguns minutos, porém a dor que mais parecia agulhas fincando em meu cérebro não permitiu que o acontecesse. Olho para o lado, relógio mostra que já são sete e quinze da manhã, e me lembro que tenho de buscar Donna ao aeroporto, pois em algumas horas estaria chegando ao Rio. Ela viria de Londres com a nova companheira – o fato de ela estar com outra me angustiava algum tempo atrás, hoje já não faz diferença.
Levanto-me, vou até ao banheiro sentindo uma grande náusea, me olho no espelho, aquela imagem me incomodava, e logo me prendi em pensamentos que não me lembro e que não têm a menor importância. Quando volto a mim reparo que estava com a mesma roupa da noite passada – um vestido preto, cujos cortes são ousados e provocantes, de uma tal marca chamada Valentino – e tento me lembrar como fui parar em meu quarto.
Tomei um rápido banho, e ainda nua procuro meu celular que estaria em minha bolsa Chanel que também não me lembrara onde deixei. Ligo para a ultima chamada que estava gravada na memória, Freddy não atende. Coloco qualquer roupa cara que estaria jogada em meu guarda-roupa e vou à procura de Freddy para que me acompanhasse até ao aeroporto.
No elevador encontro Rosana, uma socialite cujo marido tem câncer.
- Bom dia Larissa! – disse a mulher em um tom simpático.
-Bom dia! – logo respondi.
O silêncio tomou conta até chegarmos ao hall, onde encontrei Freddy conversando com a bela balconista da loja de conveniência do hotel.
- Acordada há essa hora minha flor! Pelo seu estado ontem você deveria no mínimo dormir até às duas da tarde. – disse ele acompanhado de um sorriso.
- E você? O que faz acordado?
- Eu? Acabei de chegar.
Ele não havia dormido em seu quarto, passara a noite e a manhã toda na festa.
- Freddy, vai se trocar, temos que buscar Donna.
- Quem?
- Donna, já te falei sobre isso.
- Lari, você sabe que não me sinto confortável ao meio de tanto desperdício.
- Você não se ente confortável ao meu lado?
- Com você já me acostumei.
Após um rápido café, forte e sem açúcar para amenizar a ressaca, tomamos um táxi em direção ao aeroporto, onde Donna já deveria estar esperando. No caminho novamente o silêncio tomou conta até Freddy começar a fazer comentários sobre a noite passada.
- Você não se lembra de nada? – disse ele em um tom irônico.
- Sim, me lembro de pouca coisa, só não sei como minha noite terminou.
- Você estava mal, te levei para o hotel, e da portaria você seguiu sozinha.
- Então foi você!
Estava surpresa ao saber que minha noite havia terminado de tal forma.
Chegando ao aeroporto lá estava ela, como sempre havia mudado os cabelos, que estaria com um tom rosado. Sua nova companheira era bela, porém tinha um aspecto de inferioridade com aquelas roupas baratas. Como posso saber que ela usaria roupas baratas, eu sei, conheço aquele tipo de longe.

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